A Ucrânia baniu a Igreja Ortodoxa Russa e as igrejas ortodoxas ucranianas ligadas à Rússia, em meio a guerra que já dura mais de dois anos.
Na terça-feira (20), os parlamentares do Conselho Supremo da Ucrânia aprovaram uma lei, determinando a proibição de igrejas e grupos religiosos com laços com Moscou no país.
Os líderes ucranianos acusaram as igrejas de apoiarem a invasão russa e de fazer propaganda pró-Rússia.
“Esta é uma votação histórica. O Parlamento aprovou uma legislação que proíbe um ramo do país agressor na Ucrânia”, afirmou a legisladora ucraniana Iryna Herashchenko, segundo a Reuters.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, elogiou a aprovação do projeto de lei, chamando o decreto de um passo em direção à “independência espiritual”.
Igrejas ucranianas apoiam lei
O Conselho Ucraniano de Igrejas também manifestou apoio à nova lei. “Apoiamos a iniciativa legislativa do presidente da Ucrânia para impossibilitar que tais organizações operem em nosso país, que também tem amplo apoio político e público”, declarou o conselho em um comunicado.
E ressaltou: “A principal ameaça à liberdade religiosa na Ucrânia é a agressão russa, como resultado da qual dezenas de clérigos foram mortos pelos ocupantes e centenas de igrejas e casas de culto foram destruídas. O Patriarcado de Moscou justifica restrições à liberdade religiosa, tortura e assassinatos de padres e pastores, e cinicamente pisoteia nas instruções de Deus e nas normas básicas da moralidade universal”.
Segundo a Reuters, as congregações filiadas ao Patriarcado de Moscou terão nove meses para decidir se irão se desligar da Igreja Ortodoxa Russa.
A lei não se aplica à Igreja Ortodoxa da Ucrânia, que se separou da Igreja Russa após a invasão de Putin no país em 2022.
O patriarca ortodoxo Kirill de Moscou tem sido um forte apoiador da invasão da Ucrânia pelo presidente russo Vladimir Putin, o que levou muitos clérigos ortodoxos de baixo escalão a cortar os laços em protesto.