Após uma nova análise de amostras do “Sudário de Turim”, um pesquisador afirma ter descoberto que a crucificação de Jesus pode ser comprovada historicamente com precisão.
Muitos cristãos acreditam que o Sudário – um pedaço de pano de linho também conhecido como “Santo Sudário” – foi usado para enrolar o corpo de Cristo após sua morte. Manchas no tecido formam a imagem de um homem com barba, que muitos acreditam se tratar de Jesus.
O pano foi apresentado ao público pela primeira vez em 1350, em uma pequena igreja em Lirey, uma vila no norte da França. Porém, outros acreditam que o Sudário seja uma farsa do período medieval.
Recentemente, Giulio Fanti, engenheiro da Universidade de Pádua, na Itália, usou microscópios modernos para analisar novamente as amostras retiradas do tecido na década de 1970.
Descoberta aponta para o sofrimento de Jesus
O professor cristão descobriu minúsculas partículas de sangue do tipo A e do tipo B. Ao analisá-las, Giulio verificou que as partículas mostravam sinais de falência de órgãos, trauma, doença e radiação.
Segundo o pesquisador, a descoberta sugere que o tecido foi usado em uma pessoa com ferimentos sangrentos, em vez de ser pintado com tinta ou corante.
“Eu me referiria ao sangue tipo A como aquele que saiu do cadáver e, portanto, ao sangue post-mortem; consiste em micrócitos que indicam o sofrimento respiratório de Jesus na cruz”, explicou Giulio, que estuda o Sudário há 25 anos, ao Daily Mail.
“O tipo B consiste em crostas sanguíneas coaguladas provavelmente formadas quando Jesus estava na cruz ou subiu ao Calvário”, acrescentou.
Traços de creatina também foram identificados no Sudário. Produzida no fígado, rins e pâncreas, a creatina é liberada na corrente sanguínea quando há algum tipo de trauma nas células musculares, células do coração ou do cérebro.
“A alta porcentagem de creatinina encontrada pode ser explicada, especialmente durante a última hora de Jesus antes de morrer na cruz, por um fluxo sanguíneo reduzido para os rins também causado por hipovolemia e desidratação severa”, afirma o estudo.
O pesquisador ainda descobriu vestígios de materiais terrestres encontrados normalmente em Jerusalém, como argila e calcário, sugerindo que a origem do pano seja a região.
Apesar da recente pesquisa não conseguir provar de quem é o sangue encontrado no Sudário, outro estudo recente realizado por cientistas do Instituto de Cristalografia do Conselho Nacional de Pesquisa da Itália, apontou evidências de que o “Santo Sudário” data de 2 mil anos e não da Idade Média.